terça-feira, 29 de março de 2016

Vejo

Vejo a luz à minha frente
Sinto as trevas atrás de mim
Tento encontrar a chama ardente
E afastar-me do abismo sem fim

Entre onde ambiciono chegar
- O cantinho luminoso do céu -
E o que sei que devo deixar
Encontra-se o ser a que chamo “eu”

Às vezes vivo num mar de agonia
Na mistura do bem e do mal
E em tão grande desenfonia
Sigo pelo caminho acidental

“É por aqui que devo ir?”,
Pergunto, sem ouvir resposta.
Melhor assim, do que ouvir
Que errei na minha aposta

Se é preciso andar, andarei
Mesmo sem saber para onde vou
Se for para cair, cairei
E verão de que raça sou

Tenho em mim apenas luz trémule
Quase um fósforo já queimado
Mas a minha alma é solene
E o coração não viverá acorrentado


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