sexta-feira, 1 de abril de 2016

Sim

Sim, é o meu coração que bate,
Bate forte dentro do meu peito.
É feroz o seu eterno combate
Enquanto choro no meu leito.

Bate sem pedir permissão
Aperta forte quando fraquejo
Dizem que penso com o coração
Sei que sim quando lacrimejo

Fosse eu só cabeça e pensamento
Sem intervenção da emoção
Se não andasse ao sabor do vento
Talvez tivesse dentro de mim o condão

Ser sempre forte e não fraca
Pensar sempre e não sentir
Mas se também o pensamento ataca
Que poderei eu consentir?

Hoje digo que não quero sentir
Ontem gritava que não queria pensar
Os dois irão sempre coexistir
Até à hora de descansar

Julgamos ser livres, mas não somos
Enquanto controlados pelo que vai dentro
Queremos ser reis, mas somos mordomos
Quando afastados do nosso centro

Não penses mais minha mente!
Não sintas mais meu coração!
Deixa-me andar dormente!
Para mim, já chega de acção!

(2014)



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